
Evento realizado pela CONTAR e pela FERAESP, com apoio da OIT e da Embaixada da Alemanha, reuniu lideranças sindicais, autoridades e especialistas para discutir o futuro da cafeicultura sob a ótica dos trabalhadores assalariados rurais.
Nos dias 20 e 21 de agosto de 2025, São João da Boa Vista sediou o seminário “Trabalho Decente, Direitos Humanos e Devida Diligência na Cadeia Produtiva do Café no Brasil”, realizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados e Assalariadas Rurais (CONTAR), em parceria com a Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (FERAESP). O encontro contou também com o apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Embaixada da Alemanha no Brasil, que reforçaram a relevância internacional do tema.

A cerimônia de abertura reuniu Gabriel Bezerra, presidente da CONTAR, Ricieli Aparecido de Souza, presidente do sindicato dos empregados assalariados rurais de São João da Boa vista/SP e Jotalune Dias dos Santos, presidente da FERAESP, que destacaram a necessidade de valorizar o trabalho decente na cafeicultura e de fortalecer a representação sindical no setor.

Jotalune Dias apresentou um panorama sobre o perfil dos trabalhadores e trabalhadoras empregados na cafeicultura paulista, destacando dados atualizados sobre vínculos formais e informais. Em sua fala, também trouxe informações sobre casos de trabalho escravo no estado de São Paulo, ressaltando a importância da atuação sindical no combate às formas mais graves de exploração laboral.


Laíssa Pollyana, assessora da CONTAR, apresentou dados sobre o assalariamento rural em nível nacional, enquanto o desembargador Luís Henrique Rafael, do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, abordou os desafios das relações de trabalho no campo. O procurador do trabalho Ronaldo Lira destacou o papel do Ministério Público do Trabalho na fiscalização e na defesa dos direitos dos assalariados rurais.


O debate se concentrou na estrutura da cadeia produtiva e no mercado de trabalho no setor, com contribuições do auditor fiscal do trabalho Antônio Carlos Avancini. O auditor também participou do painel sobre o combate ao trabalho análogo ao de escravo e a aplicação da Norma Regulamentadora nº 31 (NR-31), voltada à saúde e segurança no trabalho rural.

O evento contou também com reflexões sobre direitos humanos, devida diligência e responsabilidade das empresas que atuam na cafeicultura, reforçando a importância do apoio da OIT e da Embaixada da Alemanha para a promoção de melhores condições de trabalho. Gabriel Bezerra e Jotalune Dias discutiram os desafios da organização sindical, apontando a necessidade de fortalecer a luta coletiva e ampliar a representação dos trabalhadores assalariados rurais do café.
O evento foi encerrado com a formulação de encaminhamentos e estratégias conjuntas entre sindicatos e entidades parceiras, reafirmando o compromisso de garantir trabalho decente, dignidade e respeito aos direitos humanos para os milhares de assalariados rurais que atuam na cafeicultura brasileira.





