Desde o início das tratativas de negociações coletivas de trabalho no ano de 2020, a Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo – FERAESP, orientou e insistiu que os reajustes salariais deveriam sofrer aumentos com base na inflação mais aumentos reais.
Muitas empresas conseguiram junto a alguns sindicatos, assinar acordos sem reajuste salarial. Estas alegaram “prejuízos” devido a pandemia do coronavírus, entretanto, o setor do agronegócio não parou suas atividades.
O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro, calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), acumula alta de 6,75% até outubro de 2020, possivelmente será o setor que mais crescerá em 2020 no País, nenhum outro setor de atividade econômica tem projeções de crescimento como o Agro.
Alguns grupos do subsetor da cana-de-açúcar, como o São Martino, conseguiram, através de algumas unidades, não reajustar os salários dos empregados. O mesmo grupo que no primeiro trimestre de 2020 (safra: 2020/21), teve lucro líquido de R$115,7 milhões, crescimento de 26,5% ante o mesmo período da safra anterior, de acordo com a plataforma online NOVACANA.
Uma das unidades do grupo, de Jaboticabal – SP, fechou acordo coletivo de trabalho 2020/21, em conjunto com o sindicato da alimentação, sem reajuste salarial (0%). A usina em uma tentativa de “acalmar os ânimos” dos empregados resolveu dar um abono de 32,8% com base no salário 13 salário, valor quase que simbólico diante dos valores que os empregados receberiam se os salários fossem reajustados corretamente.
Nota da usina e sindicato:
Para o presidente da FERAESP, Jotalune Dias dos Santos, o jota, “diante da comprovação de ótimo desempenho financeiro das unidades da São Martinho, o não reajuste salarial comprova-se extremamente desumano e mostra que a firme posição da Feraesp desde o início em só elaborar acordos com reajustes estava correto”.