FERAESP: remuneração dos rurais de SP no governo Bolsonaro não acompanhou a inflação

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A remuneração, que é composta por salário mais benefícios, horas extras, etc. dos empregados assalariados rurais do estado de São Paulo, nos três primeiros anos de governo Bolsonaro (PL), entre 2019 e 2021 (os dados da RAIS vai até 2021), não acompanhou a inflação (do Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC) no mesmo período.

De acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho, a variação da remuneração média dos empregados rurais entre 2019 e 2021, foi de 14%, enquanto o INPC teve variação de 22% no mesmo período, ou seja, a correção das remunerações foi de 8% menos.

A tabela 1, mostra as médias de remuneração no setor do agronegócio paulista: em 2019 a média era de R$1.933,84, passou para R$2.011,28 (variação de 4% em relação ao ano anterior, já o INPC foi de 10%) em 2020 e chegou a R$2.212,41 (variação de 14% em relação ao ano anterior, com variação do INPC de 16%).

Subsetores do setor do agronegócio paulista

A tabela 2, mostra a remuneração média por subsetores, alguns dos principais do estado. Como pode ser observado, o cultivo de cana-de-açúcar, saiu de R$2.473,14 em 2019, passou para R$2.558,92 em 2020 e chegou a R$2.817,80 em 2021, foi o subsetor, dos destacados na tabela, a atingir a maior remuneração em 2021.

O cultivo de frutas de lavoura permanente, exceto laranja e uva, foi o único destacado que teve, pelo menos, uma variação negativa no período; saiu de R$1.540,07 em 2019 e teve uma redução para R$1.531,68 em 2020 e chegou a R$1.698,47 em 2021.

Entretanto, todos os subsetores em destaque tiveram correções a baixo do INPC entre 2019 e 2021.

A tabela 3, mostra a variação entre 2019 e 2021 para os subsetores destacados, conforme já mencionado, o INPC do período foi de 22%, porém a tabela mostra que, a variação para a cana-de-açúcar foi de 13,94%; soja de 14,51%; horticultura de 16,73%; cultivo de laranja de 18,42% (maior variação da série); cultivo de frutas com 10,29%; café com 13,85%; criação de bovinos com 13,33% e de aves com 13,45%.

Portanto, as remunerações dos empregados assalariados rurais do estado de São Paulo, nos três primeiros anos de governo Bolsonaro, tiveram correções a baixo da inflação, fazendo com o que, esses empregados perdessem poder de compra.