Há mais de cinco anos, o País mantém essa triste realidade e título nada honroso.
A distribuição da terra do Brasil é marcada pela opressão e exploração dos “donos” (agronegócio, extrativistas, especulação imobiliária, Estado) contra os povos que lutam pela posse da terra. Os poderes econômico e o estatal patrocinam massacres por todo o território brasileiro, como atesta a história, com alto índice de impunidade. Milhões de posseiros, indígenas, quilombolas e sem terras sofrem com as dificuldades de adquirir direitos sobre a terra.
A divisão de terra no Brasil através da Reforma Agrária enfraquece paulatinamente o ritmo de distribuição de terra. E o Estado, órgão responsável pela distribuição, não é capaz de superar a marca da colonização, e, por consequência, garantir terras ao povo negro que sofreu com a escravização no País e, envolvidos na miséria, se concentra nas periferias.
O número de assassinados no ano de 2017 já chegou a 60 pessoas, dentre assentados, acampados e povos originários, e tudo indica que neste ano superará a quantidade de mortes do ano de 2016.
A insegurança jurídica que envolve a luta pela terra é hoje um dos maiores desafios, assim como a inexpressiva atuação do INCRA. Comunidades organizadas passam anos sem conseguir o direito pela posse, ficando vulneráveis diante da violência praticada sistematicamente contra o povo que reivindica aquisição da terra para Reforma Agrária ou demarcação de território.
O papel da bancada ruralista tem sido o de aumentar a desigualdade da distribuição de terras, criminalizar os movimentos e proteger os grileiros. Hoje há mais de 120 mil famílias acampadas e o Governo Federal diminui o recurso destinado à Reforma Agrária, atendendo os interesses dos ruralistas e adiando uma solução para as famílias brasileiras – solução que passa pela desapropriação de terras e implantação de uma forte Reforma Agrária.
Fonte: Link: http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/tv/materias/EXPRESSAO-NACIONAL/542567-VIOLENCIA-NO-CAMPO.html