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Auditores encontram trabalhadores em condição de trabalho escravo em Pedregulho – SP

Alojamento em Pedregulho (SP), onde trabalhadores em condições análogas à escravidão foram resgatados — Foto: Divulgação

De acordo com reportagem da REDE GLOBO Ribeirão Preto – SP, trabalhadores foram encontrados em situação de trabalho análogo a escravidão por auditores do trabalho na cidade de Pedregulho no estado de São Paulo.
‘Quero ir para casa’, disse mulher ao ser resgatada.
Segundo auditores, ela e mais 55 adultos foram atraídos da Bahia para colheita do café em fazenda, mas foram mantidos em alojamento precário e contraíram dívidas sem ao menos receber.

A denúncia relatava que o grupo havia sido levado da Bahia ao interior de São Paulo para trabalhar na colheita do café, mas era submetido à situação análoga à escravidão há pelo menos 48 dias.

Segundo os trabalhadores, a casa usada como alojamento tinha três cômodos e abrigava cerca de 70 pessoas, entre adultos e crianças.

“Eram três cômodos e um banheiro para o lado de fora. Mulheres solteiras ficavam em um quarto, os cinco casais com criança no outro, e outros rapazes solteiros dormiam na cozinha”, diz Taiane.

“A gente dividia o quarto com panos, cinco casais em um quarto só. Banheiro era pegar a fila ou o mato se apertasse em casa e não tivesse como usar”, afirma o lavrador Regiano Silveira dos Santos, pai de Taiane.

De acordo com a família, o grupo foi atraído com a promessa de receber após o término da colheita, mas os acertos só foram providenciados na quarta-feira depois que a fiscalização chegou ao local.

“Tinha que acordar às 4h30 para chegar às 6h da noite. Não tinha água, era uma rotina difícil. Tinha que trabalhar para pegar 39 quilos e ganhar R$ 10”, afirma Taiane. “Eu passei a cuidar das crianças para que os pais pudessem trabalhar”, complementa.

As refeições eram feitas no chão ou no meio da plantação. Sem local para conservação da comida, muitos alimentos azedavam.

Segundo os auditores, os trabalhadores já estavam em dívida com o fazendeiro pois houve desconto no valor final do salário, retido até o término da colheita, das passagens de ida e volta, no valor total de R$ 230.

Equipamentos de proteção individual para o trabalho e para prevenção da Covid-19 também eram descontados do grupo, que ficou ainda mais endividado em um comércio local para poder garantir alimentos e produtos de uso diário.

O dono da fazenda não foi preso, mas foi ouvido e responderá pelos crimes de sonegação, aliciamento de trabalhadores e tráfico de pessoas.

Na noite de quarta-feira, os trabalhadores foram levados à Gerência Regional do Ministério do Trabalho em Franca (SP). Os 56 adultos tiveram o vínculo de emprego regularizado, com registro na carteira de trabalho e pagamento das verbas rescisórias, no total de R$ 220 mil.

Também foram emitidas guias que asseguram o recebimento de três parcelas de um salário mínimo (R$ 1,1 mil) para cada empregado.

O grupo seguiu ainda na noite de quarta-feira para casa, em um ônibus providenciado pelo próprio empregador.

Uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho pede uma liminar para bloquear os recursos da fazenda para garantir o pagamento das obrigações trabalhistas aos funcionários.

Matéria completa: https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2021/06/17/quero-ir-para-casa-diz-mulher-encontrada-em-trabalho-analogo-a-escravidao-em-pedregulho-sp.ghtml

 

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