Acompanhamento do mercado de trabalho do agronegócio brasileiro – FERAESP.
De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada -CEPEA-Esalq/USP, empregados assalariados rurais, que exercem atividade laboral com carteira assinada (formal) no agronegócio, recebem até 21% mais de remuneração em relação a trabalhadores informais (por conta própria).
O levantamento do Cepea com análise até o segundo trimestre de 2022, mostra ainda a população ocupada, diferenças por gênero e informalidade.
População ocupada no agronegócio
A população ocupada (total de trabalhadores) no agronegócio entre trimestre de abril e junho de 2022, teve leve alta em relação ao trimestre entre janeiro e março de 2022; passou de pouco mais de 18,736 milhões para 19,086 milhões (o que representa 19,42% dos trabalhadores ocupados no Brasil, considerando todos os setores de atividade econômica).
Dentro dos segmentos do agronegócio, a agropecuária ainda é o que mais possui pessoas ocupadas, com pouco mais de 8,481 milhões de pessoas; seguida do segmento de serviços com 6,262 milhões; indústria com 4,084 milhões e insumos com 258 mil.
Diferença por Gênero
Mulheres ainda são a minoria no setor, elas representam apenas 31,28% do total de ocupados, contra 68,72% entre os homens (média histórica do Cepea, desde 2012). O segmento que possui um volume maior de mulheres ocupadas é a de serviços com 41,95% do total.
Escolaridade
A maioria dos empregados/trabalhadores rurais ainda se encontram, em sua maioria, com escolaridade entre o ensino fundamental (39,48%) e média (39,28%), trabalhadores sem instrução (nomenclatura do Cepea) apenas 4,42% do total.
Informalidade
A informalidade, comum no setor, ainda é um grande problema a ser combatido, pessoas que trabalham sem carteira assinada no agro, teve alta entre os dois primeiros trimestres de 2022, passou de 17,88% no primeiro trimestre de 2022 para 18,24% no segundo trimestre. Pessoas que trabalham por conta própria ficou estável entre os trimestres, ficou em torno de 32%.
Pessoas que exercem atividade laboral com carteira assinada, ficou estável nos dois primeiros trimestres de 2022 em torno de 37%.
Já em relação aos segmentos do agronegócio, o de insumos foi o segmento com maior incidência de pessoas com carteira assinada, em torno de 73%. Já a agropecuária, é o segmento que mais concentra pessoas na informalidade, com cerca de 23% de pessoas sem carteira assinada e 44% de pessoas por conta própria. A Indústria possui cerca de 63% dos empregados com carteira assinada e serviços tem aproximadamente 44% de empregados formais.
Remuneração média
As tabelas 1 (empregados formais) e 2 (conta própria), mostram que empregados com carteira assinada (e outros) recebem de remuneração 21% mais que trabalhadores por conta própria, R$2.180,00 (média total – G) e R$1.723,00 (média total – G), respectivamente.
Fonte: Barros, G.S.C; Castro, N.R.; Machado, G.C.; Almeida, F. M. S.; Almeida, A.N.; Silva, A.F.; Fachinello, A.L. Mercado de trabalho do agronegócio brasileiro. Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), Piracicaba, 2022.