Deflação: por que a redução generalizada dos preços pode não ser boa?

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De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a prévia da inflação para o mês de abril, IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), teve deflação de (-0,01). Dados divulgados no dia 28 de abril.

Deflação é a redução generalizada dos preços (níveis negativos), o que pode indicar recessão e, não pode ser confundida com redução da inflação, ou seja, neste último caso, há uma elevação mais lenta da inflação.

Segundo o IBGE, a redução nos preços dos combustíveis foi o agregado que mais teve impacto na queda.

O recuo nos preços da gasolina (-5,41%), que teve o maior impacto individual negativo no índice, do etanol (-9,08%) e do óleo diesel (-4,65%) levaram a uma queda de 5,76% dos combustíveis, que pressionaram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15).

A taxa é 0,03 ponto percentual (p.p.) abaixo da registrada em março, de 0,02%. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 0,94% e, em 12 meses, a variação acumulada foi de 2,92%, abaixo dos 3,67% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em abril de 2019, a taxa foi de 0,72%.

Por outro lado, os preços dos alimentos e bebidas subiram 2,46%. Com destaque para o item alimentação em domicilio, com aumento de 3,14%.

Alimentos e bebidas são os agregados de maiores impactos para famílias de baixa renda, enquanto que, para famílias de alta renda, os combustíveis tem maior influência.

 

Mas, por que a deflação pode ser ruim?

 

Deflação, assim como inflação em níveis elevados, são indicadores ruins da economia. Quando a economia se deflagra com o fenômeno da deflação, isso indica alguns fatores como: redução do nível de confiança das pessoas e por isso tendem a poupar e dois fatores principais, da atual conjuntura socioeconômica do país, a demanda diminuiu em função da redução salarial, as pessoas não possuem poder de compra e por isso diminuem o consumo, assim como o alto nível de desemprego e informalidade.

Portanto, o conjunto de fatores; crise (por consequência do coronavírus), falta de confiança das pessoas, desemprego, redução de salário e informalidade, impactaram na deflação de abril. Uma solução para tal fenômeno seria através dos gastos públicos, com incentivo a renda e emprego (formal). Entretanto, o governo de Jair Bolsonaro (sem partido), através do ministério da Economia de Paulo Guedes, reluta em ainda reafirmar as políticas de viés neoliberal, que irá causar sérios danos na desigualdade social nos próximos anos.

Gráfico – Evolução da inflação entre maio de 2019 e abril de 2020

Figura: IBGE